domingo, 22 de março de 2015

Racismo à Brasileira


Estamos em pleno século XXI e o racismo ainda é um assunto muito discutido e vivido para muitas pessoas.
A figura ao lado cita a Lei n. 7.716 de 5 de Janeiro de 1989 assinado pelo José Sarney e Paulo Brossard, que no início deste ano completou 25 anos. Esta lei trata dos crimes resultantes da discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. De lá para cá surgiram outras ações contra o preconceito racial, como por exemplo, a Lei de Cotas em instituições de ensino para negros e indígenas, de 2012 e o Estatuto da Igualdade Racial de 2010.


Segundo o professor Luis Costa Pereira Junior, há um racismo “diferente” no Brasil, que se diz um povo nada racista. Mas ele ainda está presente em nosso povo, mascarado por outras formas de discriminação.
            Ao se perguntar as pessoas se elas são racistas elas dizem, de forma sincera, que não e que, se há racismo no Brasil é por grupos radicais, mas como disse Florestan Fernandes, o racista é sempre o outro!!
            Às vezes, me pego pensando como a cor da pele, ou a preferencia sexual ou religiosa pode afugentar certas pessoas! Como é difícil, para muitos, acreditar que somos todos iguais, pois em todas as pessoas, o sangue que corre nas veias é sempre vermelho. 


Recentemente assisti a um filme de Quentin Tarantino, de 2012, chamado Django Livre. O filme retrata uma parte da vida de Django, um escravo liberto que acompanha um Alemão caçador de Recompensas pelo Faroeste Americano em uma época onde o racismo saltava aos olhos das pessoas. Uma das passagens mais marcantes, em minha opinião, foi um diálogo entre o senhorio de escravos Calvin Candie, um fazendeiro produtor de algodão e o Dr. Schultz sobre a morte de um escravo negro, lutador de Mandingo, devorado pelos cães do Sr. Candie. O nome do escravo é D’Artagnan, mesmo nome de um dos jovens mosqueteiros. Abaixo o diálogo deles:

- Está chateado porque eu levei a melhor, não é? – disse senhorio Candie
Dr. Schultz responde:
- Na verdade estava pensando no pobre coitado que você deu p’ros cães comerem. O D’Artagnan. Estava pensando no que Dumas acharia disso!
- O que disse? – pergunta Calvin Candie.
- Alexandre Dumas, ele escreveu Os Três Mosqueteiros – respondeu o Dr. Schultz
- Eu sei disso Doutor! – Exclama Sr. Candie
 Dr. Schultz continua:
- É..imaginei que você fosse um admirador, por ter nomeado um escravo com o nome do personagem principal...Se Alexandre Dumas estivesse lá hoje, eu imagino que ele teria pensado...
- Acha que ele não aprovaria? Pergunta Calvin Candie
- Acho...a aprovação dele seria, no máximo, uma proposta imoral!! Responde Dr. Schultz.
- Hum...francesinho de coração mole!! Retruca Calvin Candie.
- Alexandre Dumas é negro!! Exclama Dr. Schultz.
  
Morgan Freeman, certa vez disse: “O dia em que pararmos de nos preocupar com a Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com a Consciência Humana, o racismo desaparece”

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