domingo, 15 de abril de 2018

O que (ainda) estamos ensinando nas escolas?

Olá pessoal, tudo bem? Por acaso vocês já assistiram o vídeo EXTRATO do canal Porta dos Fundos?

Não?!?

Então assistam primeiro:


Pois bem...o que achou? Legal, engraçado, interessante, provocativo, real??...Um pouco de tudo, eu acho.

Pode parecer engraçado, mas esta é uma das principais perguntas que os alunos fazem: "por que tenho de aprender isso, se eu nunca vou usar?" ou ainda, "aprendi a fórmula de Báskara e nunca usei para nada".

Inteligências múltiplas
É claro que, eu tenho uma resposta para estas tais perguntas (pelo menos para amenizar a angústia dos que perguntam!!). 

Nós somos dotados de múltiplas inteligência. Existem, na verdade, oito tipos de inteligências, nas quais devemos sempre procurar praticá-las, sendo elas mostrada na figura ao lado.

Se você, na escola se empenha no ensino de matemática, é uma forma de exercitar a sua inteligência lógico-matemática, por exemplo, mesmo que você não for usar a matemática no seu dia-a-dia ou no seu local de trabalho. Desenvolver esta inteligência é importante nas tomadas de decisões que envolvam uma solução lógica ou mais sensata.

Para Coimbra (1989), a educação sempre existiu, e deveria ser pautada no aprendizado significativo:

"que educar era viver a vida do dia-a-dia da comunidade, ouvindo dos mais velhos as suas experiências e com isso formando-se para atuar em comunidade. As festas coletivas, as tradições eram, assim, passadas naturalmente, sem a necessidade de uma instituição específica para isso. Portanto, nas formações sociais mais antigas todos os adultos (os mais velhos) ensinavam. "Aprendia-se fazendo, o que tornava inseparáveis o saber, a vida e o trabalho"


É bem expressiva essa última frase, sobre o aprender fazendo, tornando inseparável o saber, a vida e o trabalho.

E foi na Idade média que as coisas começaram a mudar. A educação passou a ser um "produto" da escola na figura dos religiosos que se especializou na transmissão do saber. E a partir do século XVII, no auge da Revolução Industrial, que precisava de mão de obra especializada a escola surge como instituição e é assim até nos dias de hoje. Nada ou quase nada mudou. O sistema funciona do mesmo jeito. Professor na frente da sala (detentor do conhecimento) e alunos passivos, recebendo o conhecimento, igual a uma linha de produção.

Sendo assim, a escola hoje, ainda se presta ao papel de oferecer a educação como um produto no simples ato de transmissão de conhecimento (como encher garrafas de refrigerante em uma indústria), tratando todos alunos como peças em uma linha de montagem, fazendo com que a escola deixe de ser um lugar prazeroso onde mal se vê o tempo passar. E sim um local angustiante, na qual os alunos precisam estar sempre quietos ouvindo o professor com bastante atenção, porque senão, "atrasa a matéria" ou ainda ter de responder inúmeras vezes "quanto tempo falta para bater o sinal, professor?"

Você vê alguma semelhança da sala de aula do século XIX com a sala atual? Tudo mudou, tudo evoluiu, menos a escola!!

Sala de aula do século XIX e do século XX

Mas uns podem dizer: "mas na minha escola, temos um computador e um datashow!!" ou "minha escola acompanha os avanços da tecnologia, tem multimídia em todas as salas de aula"...Não confundam Tecnologia com Metodologia!! Pode-se muito bem usar a tecnologia mantendo-se a mesma metodologia, como no vídeo abaixo.

Metodologia vs. Tecnologia

Agora assistam esse vídeo para entender o que quero dizer!!




Hoje, o papel do professor não deve ser somente de "transmissor de conhecimento" ou de informação. Os alunos podem muito bem adquirir conhecimento e informação na rede mundial de computadores...nem precisaria do professor.

O professor dever ser, hoje, INOVADOR, MENTOR, COACHEMPREENDEDOR, MOTIVADOR, um CATALISADOR  do conhecimento. Por que, preparar os estudantes para o século XXI não é somente sobre o uso da tecnologia ou as habilidades necessárias para a nova economia global.

A educação do século XXI é sobre CRIATIVIDADE, RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS, CONSCIÊNCIA CULTURAL E AMBIENTAL, INOVAÇÃO, ENGAJAMENTOCOMUNICAÇÃO, PRODUTIVIDADE, COLABORAÇÃO, PRESTAÇÃO DE CONTAS, EXPLORAÇÃO, INICIATIVA, RESPONSABILIDADE, LIDERANÇA, e tornar sua sala de aula tão DINÂMICA quanto o mundo de hoje.

Mas é assim as escolas de hoje? Estamos preparando nosso alunos para esse novo mundo?

No ensino fundamental e médio, escuto muito que o problema de estarmos vivendo na edução do século XVII são os grandes vestibulares, que são todos conteudistas (cobram conteúdo), o que na maioria das vezes, as provas escolares e vestibular seriam somente "teste de memória", provas de resolução mecânica. Mas hoje há tantas metodologias ativas de aprendizado que podem contribuir para um aprendizado mais prazeroso para o aluno, sem perder o foco dos vestibulares. A sala de aula invertida é uma boa opção para esses alunos "conectados" (para saber mais sobre sala de aula invertida, acesse a postagem https://ensinovirtualdequimica.blogspot.com.br/2017/09/sala-de-aula-invertida-flipped-classroom.html).

Já no ensino superior, acredito que seja um universo a ser explorado com as inúmeras possibilidades (Sala de aula invertida, aprendizagem por problemas, aprendizagem por projetos, ensino híbrido, estudo de caso, etc). Basta ter gestores de escolas de ensino fundamental, médio e superior com esta visão de futuro...e muitas já estão tendo.

E ai? o que achou? Concorda? Discorda? Deixe seu comentário!!

Fonte: Coimbra, C.M.B. As funções da instituição escolar: análise e reflexões. Psicologia: Ciência e Profissão. v. 9, n. 3, 1989.

3 comentários:

  1. Professor, bom dia!
    Irei abordar essa questão em minha aula inaugural do curso técnico de Segurança do Trabalho. Gostaria de verificar a possibilidade de poder utilizar a imagem comparativa das salas de aula do séc XIX e XX e uma parte do conteúdo aqui abordado, diga-se de passagem, excelente.
    Muito obrigado.

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  2. Meu amigo, obrigado!! irei utilizar esse conteudo para que junto com meus professores possamos montar nossos planos docentes

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