segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Na natureza, nada se perde...nem um bom livro!!

Recentemente, encontrei em uma livraria o livro "Tratado Elementar de Química" de Lavoisier. Uma leitura fantástica...Trago a vocês a apresentação da Obra:
"O Tratado Elementar de Química, publicado em 1789, teve na sua época uma rápida difusão e foi editado em vários países, em diferentes línguas. Contudo, até agora, não havia uma única edição brasileira. A Madras Editora trás até você esta Obra que provocou mudanças, ou mais, uma revolução na Química. Escrita com a intensão de difundir as novas idéias e procedimentos experimentais, bem como estabelecer e consolidar a nova nomenclatura química, Lavoisier e seu grupo deram à Química o caráter de uma ciência moderna.

O termo "revolução" utilizado pelo próprio Lavoisier e disseminado por seus contemporâneos, guarda uma relação com o sentido político da Revolução Francesa. Acreditava que mudanças eram necessárias tanto na ciência como no sistema de governo, na agricultura e nas finanças.

Dispondo de vastos recursos pessoais, pode introduzir, na Química, técnicas de experimentação e de medida sofisticadas. Em particular, estabeleceu o uso sistemático de balanças aperfeiçoadas que possuíam tal precisão e sensibilidade, para a pesagem de pequenas quantidades de matéria, que poderiam ser comparadas às mais modernas. Passou a ser um símbolo do novo químico, ocupando o lugar do alambique e da retorta.

Desenvolveu trabalhos em conjunto com vários acadêmicos da época, tais como: Jean Bucquet, Pierre Simon Laplace, Jean-Baptiste Meusnier, Armand Seguim, Louis Bernard Guyton de Morveau, Claude Berthellot, Antoine François Fourcroy, René Just Hay, Henry Cavendish e outros. Mary-Anne Paulze-Lavoisier deve ser lembrada como sua principal colaboradora. Conhecia bem a língua inglesa e traduziu para o francês trabalhos publicados naquele idioma, além de ter desenhado os aparelhos utilizados por Lavoisier e que compõem esta Obra.

Foi um dos primeiros a demostrar que as reações químicas ocorrem sem variação de massa, como poderemos ver nesta Obra: em todas as operações da Arte e da natureza nada é criado: existe uma quantidade de igual matéria antes e depois do experimento. Devemos ressaltar que o tradicional enunciado: na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma não é de Lavoisier e sim do poeta latino Titus Lucrécius Carus (96-55 a.C.)que se baseou nas idéias do filósofo grego Epícuro (341-270 a.C.) sobre a Física.

Os trabalhos de Lavoisier sobre a nomenclatura química também foram imporantes. Os alquimistas utilizavam uma nomenclatura muito particular e de difícil memorização. Hoje utilizamos, na Química, uma nomenclatura internacional fundamentada num trabalho conjunto de Morveau, Lavoisier, Berthellot e Fourcroy. É importante citar que o brasileiro Vicente Coelho Seabra da Silva Telles, professor da Universidade de Coimbra, foi o primeiro a traduzir e adaptar a nomenclatura de Lavoisier para a língua portuguesa. Um ano antes da publicação do Tratado Elementar de Química, Silva Telles publicou a obra Elementos de Chimica.

Contribuiu com o regime revolucionário, participando de várias comissões, como a implantação do novo sistema de pesos e medidas. Contudo, não foi suficiente para apagar, na época das perseguições, as fortes ligações que mantivera com a monarquia.A sua função, nada simpática, de arrecadador de impostos, além de atitudes de vingança dos inimigos e o seu papel de destaque na Academia Real de Ciência, sistematicamente atacado por Marat (vetado por Lavoisier na eleição para a Academia), desencadearam um processo que ocasionou a sua condenação, inicialmente por peculato, passando depois para traição. Diante da petição redigia aos juízes para que poupassem a sua vida, visto tratar-se de um sábio, quer a traição que, Coffinhal, presidente do tribunal, tenha respondido com uma frase frequentemente citada, mas provavelmente apócrifa: a República não precisa de sábios. Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794.

Menos de um ano depois, o juiz e os jurados que o condenaram, além de Robespierre, também foram guilhotinados e o Liceu de Artes organizou um evento em sua homenagem, com a inauguração de um busto que tinha a inscrição escrita por Lagrange:

Vítima da tirania,amante respeitado das artes, ele continua vivo. Por seu gênio, continua servindo a humanidade. 

Diamantino Fernandes Trindade & Laís dos Santos Pinto Trindade 
Texto extraído da Apresentação do Livro "Tratado Elementar de Química" de Antoine-Laurent Lavoisier

Lavoisier e sua esposa

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