domingo, 6 de julho de 2014

Ideias Geniais: A Lei de Murphy

Termino esta série falando sobre uma lei nada científica, mas que todos alguma vez na vida já testou-a.

Quem nunca esteve em uma enorme fila de supermercado e observava a fila ao lado andar mais rápido. É então quando você decide abandonar a fila em que estava e ir para a outra. É então que a fila que acabou de abandonar começa a fluir mais rápido e a sua agora está parada!!

Esta é a Lei de Murphy: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará". Talvez isso não seja devido a algum poder misterioso que a lei tenha e sim nós que damos importância à Lei de Murphy. Quando as coisas dão, nem cogitamos, afinal, esperamos que as coisas sempre funcionem a nosso favor. Mas quando algo não sai como planejamos, procuramos explicar as razões.

A Lei de Murphy baseia-se nas leis da probabilidade, ou seja, na possibilidade matemática de que algo aconteça.

E saibam que Murphy existiu. Edward A. Murphy Jr foi um engenheiro da Força Aérea Americana e estava trabalhando no projeto, no ano de 1949, na Base da Força Aérea de Edwards na Califórnia. Os oficiais conduziam os testes do projeto denominado MX981, fazendo uso de um trenó foguete, chamado "Gee Whiz" o qual era acelerado a mais de 320 Km/h em um trilho de 800 m fazendo uma brusca parada em menos de 1 segundo com a finalidade de determinar quantos Gs (a força da gravidade) um ser humano poderia suportar, ondes acreditavam que suas descobertas poderiam ser aplicadas a futuros designs de aviões. 


Sendo necessário um ser humano para os testes, o físico e coronel John Paul Stapp foi o voluntário, onde vários testes foram feitos no trenó por meses, levando o coronel ganhar algumas contusões, vasos sanguíneos oculares rompidos e alguns ossos quebrados.
Coronel John Paul Stapp a bordo do foguete-trenó
"Gee Whiz" na Base da Força Aérea de Edwards
Imagem cedida por Base da Força aérea de Edwards


Foi quando Murphy veio de outro laboratório trazendo um conjunto de sensores que seriam usados para medir a desaceleração com grande precisão. No entanto, os medidores não mediram aceleração alguma pois os fios estavam conectados de forma errada.

Irritado, Murphy resmungou com o técnico responsável e murmurou algo próximo de sua lei imortal, dizendo algo como "se há duas formas de fazer alguma coisa e uma delas vai resultar em um desastre, é assim que ele vai fazer". 

Tempos depois, de volta ao Aeroporto Wright, sua base, Stapp, com um bom senso de humor, reconheceu a universalidade do que Murphy havia dito e em uma coletiva de imprensa disse que a segurança da equipe do trenó foguete deveu-se à Lei de Murphy, dizendo "Tudo que pode dar errado dá errado".

Apesar de não científica, estudiosos elaboram outras leis e teorias para explicar essa Lei. É o caso do uso da Termodinâmica.  Para alguns, a Lei de Murphy é sustentada por uma lei natural aceita: a entropia. A maneira como a energia muda de uma forma para outra - e diz que, no universo, os sistemas tendem a acabar em desordem e confusão. A entropia, também conhecida como a segunda lei da termodinâmica, sustenta a afirmação da Lei de Murphy que diz que o que pode dar errado vai dar errado.

Ou ainda, prever um evento utilizando uma equação matemática para saber quais as chances de um processo dar errado. Foi o caso de Joel Pel, engenheiro biológico da University of British Columbia que criou uma fórmula que prevê a ocorrência da Lei de Murphy. A fórmula usa uma constante igual a um, um fator inconstante e algumas variáveis. Nesta fórmula, Joel Pel usa a importância do evento (I), a complexidade do sistema envolvido (C), a urgência da necessidade de o sistema funcionar (U) e a frequência com que o sistema é usado (F).

Científica ou não, matemática ou não, acabamos nos divertindo em alguns momentos com esta Lei Universal e ainda inexplicável. Abaixo, alguns importantes pontos desta lei:

  • Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.
  • Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone.
  • A informação mais necessária é sempre a menos disponível.
  • O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude, o realista ajusta as velas e quem conhece Murphy não faz nada.
  • A fila do lado sempre anda mais rápido.
  • Se você está se sentindo bem, não se preocupe. Isso passa.
  • Se a experiência funcionou na primeira tentativa, tem algo errado.
  • Você sempre acha algo no último lugar que procura.
  • Toda partícula que voa sempre encontra um olho.
  • Se está escrito Tamanho único, é porque não serve em ninguém.
  • A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.
  • O gato sempre cai em pé.
  • Não adianta amarrar o pão com manteiga nas costas do gato e o jogar no carpete. Provavelmente o gato comerá o pão antes de cair em pé.
Cinquenta anos depois da famosa lei, em 1999, Stapp, Nichols e Murphy foram agraciados com o Prêmio IgNobel, uma paródia ao prêmio Nobel, que é concedido anualmente pela revista de humor científico Annals of Improbable Investigation (Anais das Investigações Improváveis) para honrar a realização que "não podem ou não devem ser reproduzidas".

Durante os anos sessenta, ele trabalhou na segurança e sistemas de apoio de vida para Projeto Apollo, e terminou sua carreira com trabalho em segurança de pilotos e sistemas de operação computadorizada no helicóptero Apache. Murphy faleceu em 1990.

Fontes: 

  • Surendra Verna, Ideias Geniais: os principais teoremas, teorias, leis e princípios científicos de todos os tempos. 2 ed. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2012.
  • Eliene Percília, Lei de Murphy. Disponível em: http://www.brasilescola.com/curiosidades/lei-murphy.htm. Acesso em 06-Jul-2014.
  • Joshua Clark, Como funciona a Lei de Murphy. Disponível em: http://pessoas.hsw.uol.com.br/lei-de-murphy.htm. Acesso em 06-Jul-2014.

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